Passei um ano novo bem legal, em São Lourenço do Sul, relembrando os verões de infância, até os 9 anos quando ainda tinha casa lá e ia pra praia com uma camisetinha surica, bem velhinha e que era suficiente pra proteger contra os malvados UV. É estranho voltar a um lugar depois de tanto tempo, principalmente depois de adulto. Até havia estado lá em 97, mas as coisas não pareciam ter mudado tanto. Agora, em 2008, pessoas diferentes, pouca gente que era da cidade mesmo. também, a maioria dos moradores, contemporâneos do meu avô, já devem ter morrido. A gurizada da minha época talvez nem vá mais para lá.
O maldito funk carioca já tomou conta e a farofagem já é outra. Nada mais do pessoal das colônias alemãs da região, com calça e boné de tergal. Muita magalãndia tocando o pancadão. Devolvam minha praia!!!
Bom, como agora eu era turista, acabei fazendo coisas que nunca havia feito quando veraneava lá. Também um reflexo das melhorias em termos de atrações turísticas. Botecos, botequinhos, sorveterias. Na minha época pra comer um sorvete só mesmo um Kibom de pé de moleque na padaria, ou um picolé aguado de uva, daqueles vendedores ambulantes.
Foi muito bom o passeio de escuna, e pela primeira vez vi a praia de outro ângulo, bem de dentro da Lagoa dos Patos. Os tempos mudam...
Segue um trechinho do passeio, que acho que tem a ver com esse blog, pela aparência do lugar e pelo clima de nostalgia. Quando a escuna entra no Arroio São Lourenço e mostra os barcos dos pescadores ancorados, e os micro estaleiros onde eles concertam as embarcações. Trapiches, muito água-pé na beira, um ou outro pangaré, e uma pitoresca banheira de louça na beira de um trapiche. Me senti em um filme de blues ou coisa do tipo, no sul dos EUA, nos pântanos da Louisiana. A trilha tinha que ser no espírito, Happy Fats-Les Veuves De La Coulee, da coletânea "Cajun Classics - The Kings Of Cajun At Their Very Best".
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